Nascido em Piracicaba em 1916 e falecido em Piracicaba em 28/10/1983. Casado com Bela Ripoli. Filhos: Tomaz Caetano Cannavam Ripoli, Elisabeth Cannavam Ripoli, Antonio Roberto de Godoi e Edson Diehl Ripoli. Empresário, engenheiro agrônomo, político e esportista que começou como estudante pobre, formou-se e, 1941 em agronomia pela ESALQ.
Vivaz, inteligente, dotado de excepcionais dinamismo e capacidade de liderança, muito combativo e irrequieto, salientou-se por seu entranhado amor a terra natal e ao Esporte Clube Xv de Novembro, de que foi presidente, assim como pela participação apaixonada na vida política local. Fascinado pelos esportes desde cedo, foi inegavelmente o grande líder do XV de Novembro.
Estudou no Ateneu Piracicabano, na Escola de comércio Cristovão Colombo e no Colégio universitário. Após a formatura na ESALQ, foi funcionário da Secretaria da Agricultura do Estado e técnico da usina Tamoio, em Araraquara, de Pedro Morganti. Teve fazenda e criou a industria piracicabana de seda. Atraído pelo ramo imobiliário, construiu inúmeras casas populares, vendendo-as a prestações. Em terrenos que eram de propriedade de Mário Dedini, planejou e executou as obras da Cidade Jardim, primeiro loteamento na cidade destinado a oferecer alto padrão residencial aos seus moradores, dando, assim, uma nova expressão urbanística e arquitetônica a Piracicaba.
Dirigiu graciosamente a construção da Maternidade Amália Dedini, inaugurada na Santa Casa, em 1954. Homem político influente e dinâmico, presidiu a comissão municipal de preços contou com Ripoli durante quatro anos como membro e quatro anos como seu presidente. Construiu a Cidade dos Esportes, posteriormente desativada. Em meados do século os piracicabanos elegeram-no vereador por três vezes consecutivas. Em 1968, voltou a candidatar-se e novamente foi eleito vereador, tornando-se presidente da Câmara Municipal. Foi candidato a prefeito de Piracicaba e vice prefeito.
Eram os tempos de regime militar e Ripoli teve sua casa invadida e seus documentos pessoais apreendidos. Deixou, então a Câmara, amargurado e deprimido. Tempos depois, o Exercito enviou-lhe carta informando-o que nada de irregular tinha sido constatado em seus documentos e atividades. A atuação de Ripoli nos esportes piracicabanos foi extensa e decisiva e começou nos tempos de estudante na ESALQ.
Graças aos seus empenhos, em 1939 foi criada a Federação Náutica Piracicabana, liderada pelo Clube de Regatas. Dirigiu a antiga Associação Atlética Luiz de Queiroz, tri-campeã de futebol na cidade em 1941-43. iniciou a construção das arquibancadas do campo do Esporte Clube XV de Novembro, a rua Regente Feijó, e da sua sede social. Presidiu a Liga Piracicabana de Futebol. O XV de Novembro o elegeu presidente seis vezes, desde 1959; faleceu sem completar seu derradeiro mandato, em 1983. sob seu comando, o xv ganhou os títulos de vice campeão paulista em 1976 e campeão de interior, após ter realizado excursões por uma dúzia de países.
“Em suas mãos”, assevera-nos Losso Netto no Jornal de Piracicaba de 29/10/1983, “o veteranos clube viveu seus maiores momentos de gloria... lutador intimorato, não transigia com a injustiça. Na política esportiva, cheia de malicia e de desonestidade, Ripoli jamais deixou que esbulhassem os direitos do seu clube e nem dos pequeninos. Por isso mesmo era um verdadeiro líder no futebol paulista, ouvido, respeitado, condutor dos mais autênticos no desporto mais popular do Brasil”.
Além da sua devoção ao tradicional clube de futebol, Ripoli sempre teve um carinho e um apego especiais pela associação atlética Luiz de Queiroz, cuja história narrou em seu livro Quarenta anos de glórias. Foi pioneiro na televisão na cidade: criou a Sobratel, Sociedade brasileira de televisão, em associação com Arthur Bernardo, para a fabricação de televisores e implantou na cidade a primeira retransmissora de televisão da América do Sul.
Piracicaba o elegeu como uma das personalidades do ano, em 1975-76. Recebeu inúmeros diplomas e condecorações. Uma avenida tem seu nome, no Parque Residencial Eldorado, paralela a avenida Eurico Gaspar Dutra e perto da SP-308. “Poucos, muito poucos, vibraram com ele por esta terra, dando seu trabalho em prol do seu engrandecimento e projeção... uma das suas mais expressivas figuras humanas: Romeu Ítalo Ripoli” (Losso Neto, Jornal de Piracicaba, 20/10/1983).